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Astrologia Mundial: entenda como prever eventos sociais
Uma astrologia voltada à organização social
Por Carlos Fini em Astrologia básica
Modo claro
5 minutos de leitura
Quer saber como essas informações podem afetar sua vida?
A astrologia voltada à organização social surgiu antes da astrologia individual. Assim, ela é a mãe da astrologia humana. Foi nesta fase que surgiram os signos do zodíaco e as características fundamentais dos 7 planetas conhecidos na antiguidade, relacionando-os o com suas formas de vida e organização. Sendo assim, a astrologia não pode ser estudada de forma meramente técnica e disciplinar, pois se fundamenta em diferentes áreas do conhecimento.
Em Astrologia Mundial, estudamos a sociedade. A Transdisciplina (maneira de estudar os saberes e os integrar) pretende se não interligar, aproximar os saberes para não só fundamentar a astrologia, como também aperfeiçoar consideravelmente sua prática e qualidade aplicada.
Da Antropologia à Astrologia Mundial
A antropologia e a arqueologia deixam, a cada ano, imensos testemunhos de como as primeiras culturas humanas se relacionavam com os mistérios celestes. Desde os imensos sítios arqueológicos megalíticos orientados pelos pontos cardeais até as monumentos mais sofisticados em todos os continentes do planeta, o céu e seus ciclos e sua relação com a Terra encontraram um espaço privilegiado.
Desde os primeiros Zodíacos que mapeavam as mudanças das estações, as chuvas, secas, as pestes, as boas colheitas, etc. o homem se orientava pelos sinais (signos) que o meio ambiente lhes fornecia. Deste olhar, surgiram o degelo como sendo o Aquário, e logo em seguida, os peixes, que surgiam espontaneamente nos leitos líquidos dos rios. Estes sinais da natureza ajudavam este homem arcaico a organizar seus afazeres e entender como cada momento do ano lhe era mais ou menos propício, não como castigos e benefícios, mas sim como sinais-signos de como as forças criadoras da natureza se manifestavam. Viver em sintonia com elas era fundamental.
Assim, observar meticulosamente os ciclos celestes da Astronomia e aplicá-los (sinais celestes aplicados na Terra) era fundamental. Nasce assim, então, a Astrologia. Desta forma, a astronomia se desenvolveu por causa da astrologia, ou seja, a prática, a subsistência, a orientação geográfica, a organização geopolítica, aperfeiçoaram os cálculos matemáticos e geométricos.
Da mesma forma, os 7 astros conhecidos na época foram estudados. Não somente seus movimentos, mas também suas repetições pelos signos do Zodíaco. Assim, conseguiam estabelecer "astro-lógicas" que lhes permitissem predizer períodos mais propícios e menos propícios. Assim, a astrologia da época se ligava ao meio ambiente e também aos calendários.
Se os ciclos de Marte e Saturno traziam a seca, era natural que o sofrimento, a luta, as adversidades, as guerras pelo alimento se fizessem presentes entre as cidades e castas. Vê-se como associavam sinais-signos que se repetiam tal como Fogo-fumaça, Sol-Luz, em termos de sociedade.
Somente no século V a.C., até onde sabemos, Sumérios começaram a gravar em tábuas cuneiformes os mapas individuais, tornando a astrologia voltada agora aos destinos humanos.
Estudos mostram como estes estudos e práticas foram levados para a Grécia, um novo palco cultural que herdaria os conhecimentos de duas civilizações antigas em decadência na segunda metade do milênio antes da era cristã: O Egito e a Mesopotâmia.
A cultura da astrologia coletiva continuou. Foi discutida por Platão, Aristóteles, os Estóicos, Helenistas, Ptolomeo de Alexandria, Hipócrates, Vitruvius, assim como tantos outros grandes gênios da época. Platão imaginou um grande ano cósmico e um céu Astronômico-Astrológico sob o qual a Terra nascera. Aristóteles discute se os astros eram feitos de matéria ou não, e o porquê de seus efeitos na Terra são por ele discutidos.
A astrologia começa a se envolver com a política, influencia e cria religiões astrais, se mistura com a mitologia, e assim, participa do processo cultural-social-político tanto na Grécia como nas terras dominadas pelo Império Romano. Inúmeros imperadores romanos a utilizaram, contratando astrólogos gregos para tais assessorias. Assim, estamos falando da influência dos mapas astrológicos, as conjunções e seus desenvolvimentos, os eclipses como indicadores de presságios sociais e econômicos. Dessa forma, estamos na seara do coletivo, ou seja, de uma Astrologia Mundial.
Em Santo Agostinho, e já no helenismo tardio, a astrologia coletiva era mais aceita do que a individual, severamente criticada pelos defensores da liberdade de escolha e de que a "alma" do homem era livre dos efeitos cíclicos no meio ambiente.
Entre os árabes, Albumassar estudou a astrologia dos ciclos, das conjunções e fez predições sobre as fases do islamismo, seu auge, dificuldades e decadência. No Renascimento, a Astrologia Mundial e individual retorna às universidades dentro do Quadrívium, junto à medicina. Surgem então imensos relógios nas catedrais universitárias cheias de Zodíacos e seus ritmos a tentar regular os processos sociais.
Da mesma forma, ciclos de astrologia mundial agora eram discutidos para se entender os caminhos da fé e das políticas da Igreja. Assim, humanistas-teólogos e astrônomos-astrólogos estavam em rota de colisão. No futuro, assistiríamos a grande ruptura universitária das humanas e das exatas, até hoje em desafeto e isolamento.
A Astrologia Mundial continuou a afetar as culturas posteriores mesmo depois de sua saída das universidades. Técnicas como o estudo das Eras, as grandes conjunções, os trânsitos dos astros lentos pelos signos, os ingressos do Sol, as quartais, as lunações entre outras tantas, continuaram na Europa em especial na Inglaterra, Itália, Alemanha e França. Assim, a astrologia mundial como corpo técnico de astrologia, se refere a todos os estudos astrológicos que não se referem ao homem e sua individualidade. Ela trata da cultura, da sociedade, da coletividade.
Podemos discutir os efeitos no meio ambiente, a flutuação do clima e seus ciclos, a evolução natural, os ciclos que as constroem e suas relações com o ambiente Espacial, os ciclos coletivos, sociais, culturais, os meios de produção, a Política, a ideologia das crenças religiosas e partidárias, os movimentos de castas, seus auges e decadências, os fluxos de capital, os mercados, as ações, a geopolítica, as guerras, a cultura e a arte, o conhecimento, a saúde coletiva, as epidemias, e claro, a relação do indivíduo com os ambientes coletivos através da Astrologia.
Por isto, a Astrologia Mundial sob a óptica transdisciplinar envolve o olhar de várias áreas diferentes de conhecimento nos esforçando ao máximo para integrá-las para desta forma, entendermos seu funcionamento, limites e fundamentos.